Sobre o MST- Movimento dos trabalhadores rurais sem terra

Esclarecimentos sobre últimos episódios

9 de outubro de 2009

Diante dos últimos episódios que envolvem o MST e vêm repercutindo na mídia, a direção nacional do MST vem a público se pronunciar.

1. A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. O resultado do Censo de 2006, divulgado na semana passada, revelou que o Brasil é o país com a maior concentração da propriedade da terra do mundo. Menos de 15 mil latifundiários detêm fazendas acima de 2,5 mil hectares e possuem 98 milhões de hectares. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras.

2. Há uma lei de Reforma Agrária para corrigir essa distorção histórica. No entanto, as leis a favor do povo somente funcionam com pressão popular. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988.

A Constituição Federal estabelece que devem ser desapropriadas propriedades que estão abaixo da produtividade, não respeitam o ambiente, não respeitam os direitos trabalhistas e são usadas para contrabando ou cultivo de drogas.

3. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas, como acontece, por exemplo, no Pontal do Paranapanema e em Iaras (empresa Cutrale), no Pará (Banco Opportunity) e no sul da Bahia (Veracel/Stora Enso). São áreas que pertencem à União e estão indevidamente apropriadas por grandes empresas, enquanto se alega que há falta de terras para assentar trabalhadores rurais sem terras.

4. Os inimigos da Reforma Agrária querem transformar os episódios que aconteceram na fazenda grilada pela Cutrale para criminalizar o MST, os movimentos sociais, impedir a Reforma Agrária e proteger os interesses do agronegócio e dos que controlam a terra.

5. Somos contra a violência. Sabemos que a violência é a arma utilizada sempre pelos opressores para manter seus privilégios. E, principalmente, temos o maior respeito às famílias dos trabalhadores das grandes fazendas quando fazemos as ocupações. Os trabalhadores rurais são vítimas da violência. Nos últimos anos, já foram assassinados mais de 1,6 mil companheiros e companheiras, e apenas 80 assassinos e mandantes chegaram aos tribunais. São raros aqueles que tiveram alguma punição, reinando a impunidade, como no caso do Massacre de Eldorado de Carajás.

6. As famílias acampadas recorreram à ação na Cutrale como última alternativa para chamar a atenção da sociedade para o absurdo fato de que umas das maiores empresas da agricultura – que controla 30% de todo suco de laranja no mundo – se dedique a grilar terras. Já havíamos ocupado a área diversas vezes nos últimos 10 anos, e a população não tinha conhecimento desse crime cometido pela Cutrale.

7. Nós lamentamos muito quando acontecem desvios de conduta em ocupações, que não representam a linha do movimento. Em geral, eles têm acontecido por causa da infiltração dos inimigos da Reforma Agrária, seja dos latifundiários ou da policia.

8. Os companheiros e companheiras do MST de São Paulo reafirmam que não houve depredação nem furto por parte das famílias que ocuparam a fazenda da Cutrale. Quando as famílias saíram da fazenda, não havia ambiente de depredações, como foi apresentado na mídia. Representantes das famílias que fizeram a ocupação foram impedidos de acompanhar a entrada dos funcionários da fazenda e da PM, após a saída da área. O que aconteceu desde a saída das famílias e a entrada da imprensa na fazenda deve ser investigado.

9. Há uma clara articulação entre os latifundiários, setores conservadores do Poder Judiciário, serviços de inteligência, parlamentares ruralistas e setores reacionários da imprensa brasileira para atacar o MST e a Reforma Agrária. Não admitem o direito dos pobres se organizarem e lutarem.

Em períodos eleitorais, essas articulações ganham mais força política, como parte das táticas da direita para impedir as ações do governo a favor da Reforma Agrária e “enquadrar” as candidaturas dentro dos seus interesses de classe.

10. O MST luta há mais de 25 anos pela implantação de uma Reforma Agrária popular e verdadeira. Obtivemos muitas vitórias: mais de 500 mil famílias de trabalhadores pobres do campo foram assentados. Estamos acostumados a enfrentar as manipulações dos latifundiários e de seus representantes na imprensa.

À sociedade, pedimos que não nos julgue pela versão apresentada pela mídia. No Brasil, há um histórico de ruptura com a verdade e com a ética pela grande mídia, para manipular os fatos, prejudicar os trabalhadores e suas lutas e defender os interesses dos poderosos.

Apesar de todas as dificuldades, de nossos erros e acertos e, principalmente, das artimanhas da burguesia, a sociedade brasileira sabe que sem a Reforma Agrária será impossível corrigir as injustiças sociais e as desigualdades no campo. De nossa parte, temos o compromisso de seguir organizando os pobres do campo e fazendo mobilizações e lutas pela realização dos direitos do povo à terra, educação e dignidade.

São Paulo, 9 de outubro de 2009

DIREÇÃO NACIONAL DO MST

Fonte: http://www.mst.org.br/node/8319

Paulo Freire comentando sobre o movimento dos sem terra e os movimentos sociais

O Brasil usado como depósito de lixo

Quando vi este vídeo não consegui acreditar. A Inglaterra, por meio de uma instituição privada, envia lixo doméstico para o Brasil, disfarçado de produto reciclável.

Ao que parece, não deve ser a primeira vez.

Este é o respeito que os países mais ricos têm pelos menos abastados.

Precisamos nos indignar com esta falta de caráter…

http://tvig.ig.com.br/131374/conteineres-de-lixo-europeu-no-rs.htm

Texto para pensar…

Texto atribuído ao Neto, MENTOR MUNIZ NETO, diretor de criação e sócio da Bullet, uma das maiores agências de propaganda do Brasil, sobre a crise mundial.

“Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado?
É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em
Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se
sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema
da fome no mundo.
Resolver, capisci?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em
nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que
sensibilizasse.
Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da
cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na
Europa)para salvar da fome quem já estava de barriga cheia. Bancos e
investidores.

Ações afirmativas e a grande mídia

A matéria “A grande mídia contra as ações afirmativas” escrita por Fernando Conceição e disponível no Observatório da Imprensa é um grande alerta para todos aqueles que se preocupam com a democracia e a liberdade de expressão.

Independente de sermos contra ou a favor do Estatuto de Igualdade Racial e das ações afirmativas (que não se resumem as cotas), precisamos garantir o direito ao debate destas questões. A Rede Globo, Folha de São Paulo e Editora Abril não estão respeitando a premissa de um Estado Democrático.

O que posso falar sobre isso ? Para variar, são sempre as mesmas figurinhas carimbadas que agem de forma autoritária e manipuladora. Até quando seremos reféns desta mídia corrompida?

Só para se ter uma noção do quanto esta postura é descarada, o Diretor de Jornalismo da rede globo, Ali Kamel, escreveu um livro chamado “não somos racistas“, em 2006, defendendo que não existe racismo no Brasil. Uma resenha na revista veja teceu elogios ao livro de Kamel. Será que eles pensam igual??

Vale a pena ler e pensar…

Disponível em: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=540JDB003

Governo Serra favorece a editora abril

O Governo Serra adquiriu 220 mil assinaturas anuais da Revista Nova Escola sem licitação e ainda passou para a Fundação Victor Civita os endereços pessoais dos professores, sem qualquer comunicado ou pedido de autorização dos mesmos, infringindo a Lei de Licitações e o direito individual dos professores do Estado de São Paulo. Deputados do PSOL entraram com uma representação no Ministério Público pedindo investigação a respeito desses e de outros contratos do governo estadual com a editora Abril. Veja pronunciamento do deputado Ivan Valente sobre o assunto.

Fontes:

http://www.fflch.usp.br/df/caf/blogs/antonio-david/governo-serra-favorece-editora-abril

http://www.ivanvalente.com.br/CN02/noticias/nots_07_det.asp?id=2207

http://chicaodoispassos.blogspot.com/2009/03/serra-e-editora-abril-milhoes-em_3102.html

Mercantilização da infância

Na terça-feira (14/04) participei do 71º Fórum do Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz cujo tema foi “Mercantilização da Infância”. Minha irmã estava comigo, e fez uma síntese do conteúdo apresentado por Lais Fontenelle e Isabella Henriques.

Maiores informações visitem os sites:

www.institutoalana.org.br
www.criancaeconsumo.org.br

PALESTRA:
MERCANTILIZAÇÃO DA INFÂNCIA – Um problema de todos
Isabella Henriques / Lais Fontenelle
(conteúdo disponível no site do Instituto

UNESCO / PALAS ATHENA

Na atualidade a criança é vista pelo mercado apenas como UM CLIENTE POTENCIAL…

Segundo Piaget – as etapas do desenvolvimento infantil são:

  • 0-2 => sensório motor
  • 2-4 => pré-operatório
  • 4-7 => operatório concreto (notem que a maioria das campanhas voltadas ao público infantil se direcionam para essa idade – período no qual a criança ainda não cria hipóteses, portanto, acredita no que o mundo diz) – Observem que ela ainda não está preparada para “digerir” os conteúdos da publicidade
  • 9-12 => operatório formal

Em 1995, Godfrey Reggio, dirigiu um filme que mostra as reações das crianças diante da televisão. Elas ficam totalmente hipnotizadas! O vídeo está disponível no youtube. Assista e faça a sua análise.

Segundo uma pesquisa inglesa, até os 8 anos a criança não sabe diferenciar o conteudo da programação ao da publicidade, portanto são muito mais vulneráveis aos apelos dos anúncios.

Os três itens de maior influência na compra de produto infantil são: 1) Publicidade na TV, 2) Personagem Famoso, 3) Embalagens. Se observarmos muito rapidamente o mercado, encontramos vários itens nessa “categoria”, como por exemplo os alimentos prontos da Turma da Monica, Meninas Superpoderosas, Homem Aranha, e mais uma infinidade… O pior, em geral, são alimentos com exagerados níveis de gordura, sal e açucar. O valor nutritivo é baixíssimo!

Crianças tem um gosto especial por coleções e a publicidade tem usado isso de maneira totalmente abusiva. Vocês já notaram como as campanhas de McLanche Feliz e outras similares, onde se compra um alimento ou outro produto para adquirir um brinquedo e formar uma coleção, estão sendo lançadas em intervalos cada vez menores? Imaginem essas crianças “consumindo” alimentos dessa qualidade em frequências cada vez menores… Enquanto isso, atualmente, 30% das crianças no Brasil estão acima do peso ideal… Não está se falando em estética, e sim em SAÚDE.

Você sabia que as crianças e os adolescentes brasileiros são os que mais tem amigos virtuais? E que o tempo médio DIÁRIO da criança brasileira em frente a TV é de 4h50m11s? São quase 5 horas hipnotizadas pela TV… São as crianças que mais assistem TV no mundo!!!

Estudos apontam que 80% dos processos decisórios da compra de uma casa são das crianças. E bastam apenas 30 SEGUNDOS para uma marca influenciar uma criança. A publicidade e a TV estão conversando com a criança o tempo todo, enquanto os pais, normalmente só o fazem no final do dia…

Há um excessivo apelo a erotização precoce. Kibon + Hello Kitty dançando funk, um exemplo sem comentários…

Pessoal, o assunto é sério e os estragos são grandes porque o desejo é implantado na criança e não fruto de sua vontade. E o que vemos?
– consumismo infantil
– formação de valores materialistas
– obesidade infantil
– erotização precoce
– disturbios alimentares
– consumo precoce de alcool e tabaco
e muitos outros…

Na relação de consumo a criança vai ser sempre vulnerável porque ela é deficiente de julgamento e experiências. Não podemos igualar o pensamento infantil ao adulto.
Na atualidade temos visto a publicidade vender valores, e não produtos! São vendidos “ingressos sociais”… Isso não é nenhuma novidade para os consumidores mais antenados, mas será que devemos nos conformar com isso???

Por fim, se você puder, assista ao filme A ALMA DO NEGÓCIO, de Jose Roberto Torero (1996). Pensemos no nosso consumo adulto…
Também está no youtube.

Fique ligado: o controle da Internet está sendo discutido!

Coloco aqui alguns links que se referem às discussões do projeto de lei do Senador Eduardo Azeredo, que diz respeito à cibercrimes.

1) Entrevista com Azeredo

2) Mais uma entrevista com o Azeredo

3) Blog do Sociólogo Sergio Amadeu

4) Especialistas comentam a lei do Azeredo

Esta é uma das discussões mais importantes da atualidade pois traz à tona subtemas como privacidade, propriedade, liberdade de expressão, identidade e outros. Informe-se e se manifeste, seja contra ou a favor, seja a favor em partes… mas não deixe de se manifestar.

Me manifesto aqui: A internet rompe com diversos paradigmas do mundo físico, material. Querer impor regras deste “mundo” para o mundo digital é uma forma de demarcar território, de garantir a primazia.

Tire você mesmo suas próprias conclusões. Pesquise, leia, questione.

JRocha

Declaração de independência do ciberespaço

Por John Perry Barlow

Governos do Mundo Industrial,  gigantes aborrecidos de carne e aço,  venho do espaço cibernético, o novo lar da Mente. Em nome do futuro,  peço a vocês do passado que nos deixem em paz. Vocês não são benvindos entre nós. Vocês não têm a independência que nos une.

Os governos derivam seu  poder  do consenso dos governados. Vocês não solicitaram ou receberam o nosso. Não convidamos vocês. Vocês não vêm do espaço cibernético, o novo lar da Mente.

Não temos governos eleitos, nem  é provável que tenhamos um, então  me dirijo a vocês sem autoridade maior do que aquela com a qual a liberdade por si só sempre se manifesta.

Eu declaro o espaço social global, aquele que estamos construindo,  naturalmente independente das tiranias que vocês tentam nos impor. Vocês não têm direito moral de nos impor regras, nem ao menos de possuir métodos de coação a que tenhamos real razão para temer.

Vocês não nos conhecem, muito menos conhecem nosso mundo. O espaço cibernético não se limita às suas fronteiras. Não pensem que vocês podem construi-lo, como se fosse um projeto de construção pública. Vocês não podem. Ele é um ato da natureza e cresce por si próprio, por meio de nossas ações coletivas.

Vocês não se engajaram em nossa grande e aglomerada conversa, e também não criaram a riqueza de nossa reunião de mercados. Vocês não conhecem nossa cultura, nossos códigos éticos ou falados que já proveram nossa sociedade com mais ordem do que se fosse obtido por meio de qualquer das suas imposições.

Vocês alegam que existem problemas entre nós que somente vocês podem solucionar. Vocês usam essa alegação como  desculpa para invadir nossos distritos. Muitos desses problemas não existem. Onde existirem conflitos reais, onde existirem erros, iremos identificá-los e resolvê-los por nossos próprios meios.

Estamos formando nosso próprio Contrato Social. Essa maneira de governar surgirá de acordo com as condições do nosso mundo, não do seu. Nosso mundo é diferente.

O espaço cibernético consiste em idéias, transações e relacionamentos próprios,como uma onda parada na rede das nossas comunicações.

O nosso é um mundo que está ao mesmo tempo em todos os lugares e em nenhum lugar, mas não é onde pessoas vivem.

Estamos criando um mundo em que todos poderão viver sem privilégios ou preconceitos de  raça, poder econômico, força militar ou lugar de nascimento.

Estamos criando um mundo onde qualquer um, em qualquer lugar, poderá expressar suas opiniões, não importando quão singular seja, sem temer ser coagido ao silêncio ou à conformidade.

Seus conceitos legais sobre propriedade, expressão, identidade, movimento e contexto não se aplicam a nós. Eles são baseados na matéria. Não há nenhuma matéria aqui.

Nossas identidades não possuem corpos: então, diferentemente de vocês, não podemos obter ordem por meio da coerção física. Acreditamos que a partir da ética,  interesse próprio de nossa comunidade, nossa maneira de governar surgirá. Nossas identidades poderão se espalhar por muitas de suas jurisdições.

A única lei que todas as nossas culturas constituídas  reconhecerão é o Código Dourado. Esperamos ser capazes de construir nossas próprias soluções com base neste fundamento. Mas não podemos aceitar soluções que vocês estão tentando nos impor.

Nos Estados Unidos vocês estão criando uma lei, o Ato de Reforma das Telecomunicações, que repudia sua própria Constituição e insulta os sonhos de Jefferson, Washington, Mill, Madison, deTocqueville and Brandeis. Esses sonhos precisam nascer agora de novo dentro de nós.

Vocês estão apavorados com suas próprias crianças, já que elas nasceram num mundo onde vocês serão sempre imigrantes. Porque têm medo delas, vocês incumbem suas burocracias das responsabilidades paternais, já que são covardes demais para se confrontarem consigo mesmos.

Em nosso mundo, todos os sentimentos e expressões de humanidade, desde os mais humilhantes até os mais angelicais, são parte de um todo descosturado: a conversa global de bits. Não podemos separar o ar que sufoca daquele no qual as asas batem.

Na China, Alemanha, França, Rússia, Singapura, Itália e Estados Unidos, vocês estão tentando repelir o vírus da liberdade, erguendo postos de guarda nas fronteiras do espaço cibernético. Isso pode manter afastado o contágio por um curto espaço de tempo, mas não irá funcionar num mundo que brevemente será coberto pela mídia baseada em bits.

Sua indústria da informação cada vez mais obsoleta poderia perpetuar por meio de proposições de leis na América e em qualquer outro lugar. Essas leis defenderiam idéias que seriam outro tipo de produto, não mais nobre do que um porco de ferro. Em nosso mundo, qualquer coisa que a mente humana crie, pode ser reproduzida e distribuída infinitamente sem nenhum custo. O meio de transporte global do pensamento não mais exige suas fábricas para se consumar.

Essas medidas coloniais e hostis nos coloca na mesma posição daqueles antigos amantes da liberdade e auto- determinação que tiveram de rejeitar a autoridade dos poderes distantes e desinformados.

Precisamos nos declarar virtualmente imunes de sua soberania, mesmo se continuarmos a consentir suas regras sobre nós. Nos espalharemos pelo mundo para que ninguém consiga aprisionar nossos pensamentos.

Criaremos a civilização da Mente no espaço cibernético. Ela poderá ser mais humana e justa do que o mundo que vocês governantes fizeram antes.

Davos, Suíça 8 de fevereiro de 1996

John Perry Barlow é um fazendeiro  aposentado,  lírico do Grateful Dead e co-fundador da  Fundação da Fronteira Eletrônica.


A realidade da escola no interior de Goiás

Essa reportagem do fantástico, feita por ninguém menos que Marcelo Canellas, é fundamental para entendermos definitivamente que São Paulo não é Brasil.

O premiado jornalista apresenta a triste realidade de uma escola na zona rural de Goiás e o esforço das pessoas que lá vivem para garantir que a merenda, tão importante para esta escola quanto o papel e caneta, chegue até as crianças.

Muitas destas crianças caminham uma hora e meia para chegar até a escola, sem nada no estômago. A primeira refeição do dia será a merenda.

Uma das entrevistadas nos deixa uma sábia mensagem ao se referir ao papel do Estado diante desta realidade: “O Estado somos nós: sou eu, os professores, acho que são todos os funcionários que se responsabilizam e que arcam com suas funções. É cada um fazendo a sua parte para que isso aconteça”, define.”

O jornalista termina a reportagem com uma frase primorosa: “Uma funcionária idealista, uma professora sonhadora, um tropeiro brincalhão. Ao amparar as crianças pobres dos grotões de Goiás, os professores de Cavalcante e a tropa do Zé Merenda estão redimindo o Brasil.”

Vale a pena assistir. Clique aqui e acesse o link do site

Para saber um pouco mais sobre Marcelo Canellas, clique aqui

Dia mundial do teatro para a infância e para a juventude – 20/03/09

Nunca tinha pensado neste assunto, mas minha amiga Luana Medeiros (atriz e arte-educadora) me fez despertar para este fato. Será que o teatro voltado para as crianças é encarado como arte? Como escolher uma peça para meu filho?

Essas e outras discussões estão rolando no site http://www.culturainfancia.com.br/portal/index.php

Embora a data “oficial ” já tenha passado, as discussões continuam!

Julci Rocha

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